Mordida na Língua
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Como entender as orações subordinadas adjetivas
"Na próxima segunda-feira, o Tribunal de Contas da União inicia no Santa Genoveva uma fiscalização no puxadinho que deveria ampliar a capacidade de atendimento do aeroporto."
(Frase extraída de jornal diário de Goiânia)
Estamos nos valendo do texto acima para mostrar a importância do emprego da vírgula. Em certos contextos frasais, ela pode ser suprimida, mas em outros não, haja vista que a sua ausência pode gerar uma interpretação que não corresponda ao que se diz dizer propriamente. Há também casos em que o lugar onde vai na frase pode alterar a significação.
Na internet circula um exemplo frasal pertinente a esta última circunstância:
“Se o homem o soubesse o valor que tem a mulher cairia de quatro à sua procura.” Se a vírgula for colocada após o verbo “tem”, a frase será favorável ao homem. Entretanto, a favorabilidade será feminina se ela estiver após o substantivo “mulher”.
Sobre a frase do jornal, vale observar que falta uma vírgula após o substantivo “puxadinho”. Com a respectiva construção, a leitura é de que há mais de um puxadinho, e o que está em questão é o “que deveria ampliar a capacidade de atendimento do aeroporto.”
Este assunto que estamos abordando está relacionado às orações subordinadas adjetivas, que se subdividem em explicativa e restritiva. A distinção entre elas reside no fato de que a explicativa apenas adiciona informação acessória e que por isso pode ser suprimida sem prejudicar o entendimento da frase.
Vejamos o seguinte exemplo: Tia Salustiana, que era grande devota de São Francisco, foi a primeira a chegar à igreja. Diante do que falamos, podemos muito bem retirar da frase exemplificada a oração subordinada explicativa (a sublinhada): Tia Salustiana foi a primeira a chegar à igreja.
O mesmo não ocorre com a oração subordinada restritiva, pois ela é essencial ao entendimento completo da frase. Vamos ao exemplo: “Homens que leem bons livros não são analfabetos de espírito.” Se retirarmos a oração restritiva (a sublinhada), o enunciado da frase vai ficar incompleto. A oração subordinada em questão tem a função de restringir. Ou seja, o analfabetismo de espírito não atinge todos homens, está “restrito” apenas aos que não leem bons livros.ros.
Até a próxima.
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