terça-feira, 27 de abril de 2010

Coluna Música - por Augusto Diniz

Foto: Danilo Christidis

Pensar em uma banda na qual o som da guitarra assume o lugar da voz e ter no discurso muito a dizer sem um vocalista parece, de primeira, algo estranhíssimo. Mas não é o que acontece com quem presencia um show da Pata de Elefante (RS). Três músicos que se reuniram em Porto Alegre e desde 2002 conquistam público e crítica pelas apresentações nos festivais. Um rock com bastante identidade, unidade perceptível, mas que não deixa de lado a diferença entre uma música e outra.

E não é só do reconhecimento de quem ouve que vive a Pata de Elefante. Em 2008 foram escolhidos como melhor banda instrumental pelo Prêmio Dymanite. Já em 2009 foi a vez de vencerem na mesma categoria a premiação da MTV, o Video Music Brasil. Com o terceiro disco lançado, Na estrada, o trio composto por Daniel Mossmann e Gabriel Guedes se revezando na guitarra e no baixo, o trabalho de cozinha na bateria é feito por Gustavo Telles. O baterista protagonizou o clipe da faixa Um olho no fósforo, outro na fagulha, que faz parte do segundo álbum da banda que leva o mesmo título da música.

No mais novo trabalho, Na cidade, a banda se destaca pela busca de uma sonoridade mais urbana, como eles mesmos descrevem o resultado do disco produzido em Londres pelo mesmo produtor de álbuns solo de John Lennon e Paul McCartney, Steve Rooke. Tanto que das baladas às canções agitadas há espaço até para uma influência de boteco no samba rock executado com perfeição em Vazio na cerveja. A abertura com Diga me com quem andas e te direi se vou junto traz evidente a tônica pulsante da banda que contagia a platéia que tem a oportunidade de conhecer a banda Pata de Elefante. O encerramento com Grande noite busca uma calmaria que fecha bem o disco.

Pata de Elefante é hoje uma das melhores bandas, para alguns a melhor, quando o assunto é grupo instrumental de rock. Junto com Macaco Bong, Retrofoguetes, Hurtmold e Mordeorabo, os gaúchos fazem a fama e divulgam o gênero musical não tão conhecido e de costume das pessoas ouvirem. Mesmo com o possível estranhamento inicial, a Pata de Elefante convence e cativa com muita sonoridade e vocais elétricos saídos da guitarra quem ouve. E a crítica comprou a ideia de maturidade do grupo com o álbum Na cidade.

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