2010 começou com péssima notícia para a cultura brasileira: a morte do poeta Antônio Geraldo Ramos Jubé. Conhecido por A.G.Jubé, o escritor integrava o Ministério Público de Goiás, mas seu talento ganhou asas com os pés no chão de todo o Brasil de admiradores. A seguir, leu versos inspirados em outra glória nacional que nasceu em Goiás, o Rio Araguaia.
Descrição do Araguaia
A.G. Ramos Jubé
O tempo inexiste. Dia e noite
são faces da mesma eternidade
A eternidade da areia construída
de pequeninas coisas acumuladas.
Em dois braços o rio nos envolve.
Move-se em suas entranhas
um ser de frangível armadura.
O aço o rouba a seu elemento.
Despojado de seus atributos
em postas claras jaz.
A barbatana chicoteava
o crespo pelo da água.
Exploramos os indícios da praia.
Alguma fome esconsa nos consome
como se nos escapasse, a todo instante,
a essência do homem.
A gaivota se equilibra
aflita
no arame do ar.
E a noite de Matacoirá
é um jaó, incessante.
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