Coluna Poesia
À deriva...
Lêda Selma
Recrias sem jeito
esse jeito tão teu,
silencial e intrépido,
de machucar sem ferir.
E me tornas de vidro,
e me entornas os sonhos,
e te tornas aragem
e te vais sem partir.
Só rastros me deixas
nas deixas dos becos
que me estreitaram o caminho.
E me vejo à deriva,
e, assim, menos tua,
e mais frágil que o tempo.
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