terça-feira, 17 de maio de 2011

Demóstenes anuncia representação para averiguar suposto enriquecimento ilícito do ministro Palocci



O líder do Democratas no Senado, Demóstenes Torres, acaba de anunciar em discurso que entrou com representação para que a Procuradoria Geral da República investigue dados publicados no jornal Folha de São Paulo apontando que o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, multiplicou por 20 o seu patrimônio no período entre 2006 e 2010. A reportagem mostrou que Palocci adquiriu, antes de assumir a pasta, um apartamento de luxo em São Paulo no valor de R$ 6,6 milhões. Um ano antes, Palocci também comprou um escritório na cidade por R$ 882 mil. Os imóveis foram adquiridos pela Projeto, empresa de Palocci que prestava consultorias e que posteriormente foi convertida numa administradora de imóveis.

Demóstenes lembrou que em 2006, quando Palocci se elegeu deputado federal, ele declarou à justiça eleitoral um patrimônio estimado em R$ 375 mil. “Nesse período, Palocci recebeu R$ 974 mil em salário, o que por si só já tornaria inviável adquirir um apartamento nesse valor”, continuou o senador. “E ele pagou o imóvel em apenas duas parcelas, uma de R$ 3,6 milhões e outra de R$ 3 milhões”, disse Demóstenes ao citar a reportagem.

A reportagem da Folha foi duas vezes à sede da Projeto, empresa do ministro, mas apenas encontrou a sala fechada, sem placa ou qualquer tipo de identificação. Apenas por telefone conseguiram falar com uma funcionária, que não sabia informar a finalidade do escritório. “Nem mesmo a única pessoa que trabalha lá sabe qual a atividade do escritório. É algo que merece uma investigação”, afirmou Demóstenes.

Ainda segundo a Folha, Palocci vivia em 2006 numa casa em Ribeirão Preto, no interior paulista. Ela foi avaliada na declaração à Justiça Eleitoral como no valor de R$ 56 mil. Corretores da cidade, no entanto, contestam a estimativa e apontam que o preço real do imóvel é de R$ 550 mil hoje.

O líderes do PSDB e do PPS no Senado, Alvaro dias e Itamar Franco, também assinaram a representação. O senador Randolph Rodrigues (Psol) optou por assinar em separado, mas, durante um aparte no discurso do senador Demóstenes, a líder do Psol na Casa, Marinor Brito, afirmou que também assinaria a solicitação.

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