terça-feira, 24 de novembro de 2009

Coluna Poesia - por Nilson Gomes

Luiz de Aquino é um poeta brasileiro nascido em Caldas Novas-GO. Autor de livros de contos, crônicas, história e, principalmente, poesia. Os poemas a seguir, inéditos e exclusivos para o site do senador Demóstenes, são da obra “De amor e pele”, seu próximo lançamento. Para conhecer mais, http://penapoesiaporluizdeaquino.blogspot.com/




Acre, ácido; abrasivo.


Não seja este, talvez, o tempo
de se plantar amores, carícias
e outras flores
do mesmo feitio. Tenho visto que murcham
as pétalas de afago mal semeadas:
terra imprópria, tempo seco,
solo árido, talvez.


Vali-me de boa semente,
revolvi entre as rochas;
pensei achar solo de bom húmus;
plantei em pétalas
e pólen de bom aroma.


Soprava leve a brisa. Virou vento,
fez-se forte. Trouxe chuva e granizo,
vergou-se caule broto
de folhas virgens e murchou-se a muda
dos meus zelos.


Debalde! Desisto da flor
e dos amigos.
Quem sabe eu ganhe uns dinheiros
e passe a comprar silêncios?


Rés do chão, ao olhar
O táxi, a chuva, madrugada,
o tempo, pessoas e a vontade.
Havia um quê de estranho.

É sempre assim a vez primeira,
um estar insistente e tenso
– tensão, tesão e medo.

Hormônios em êxtase e ávidos,
peles e pêlos ostensivos, nus.
Bocas sedentas, secas, quentes.

A noite anda, e aviva a chuva.
Há o ar de espera e ansiedade...
A mão diz adeus, a boca assente.

A pele, não; espera. E acerta
um dia além, futuro e breve:
o mérito é mútuo.

Chiado de rodas no asfalto,
longe e líneo. Olhar frustrado
e baixo: é linha de terra.

2 comentários:

  1. Agradeço, penhorado, a gentileza da postagem desses meus poemas, integrantes do próximo livro (De Amor e Pele). E se merecer comentários de leitores, aí, sim, estarei feliz.

    Luiz de Aquino

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  2. Poemas, poesias...
    Um toque de ternura no meio dessa correria toda. Um presente para quem tem sensibilidade e gosta do que é belo.

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